Sim, é verdade, a narradora é uma personagem fictícia, mas tudo aquilo que ela revela é factualmente verdadeiro. Juntei todas as entrevistas que realizei durante os meus cinco meses de pesquisa de provas, onde recolhi opiniões e reações de trabalhadores das várias subdivisões da Samsung, ex-trabalhadores, estudantes, manifestantes, etc. Durante esta junção de informação, dei vida a esta personagem, uma personagem que era completamente credível, pelo que o uso da imaginação era pouco. Este método de narração era fiável para chamar a atenção e permitia que os tópicos interconectados se ligassem bem.
Mostrar a “barriga” do capitalismo é sempre um desafio, no sentido em que entramos num ‘crepúsculo’ abstrato e complicado que, francamente, pode também ser aborrecido. Criar uma história envolta em problemas também pode ser extremamente difícil, e as engrenagens do capitalismo que transformam o nosso mundo podem ser complexas para os não-iniciados. Assim, através de imagens poderosas e cortes editoriais, quis criar um trabalho acessível e revelador, que trouxesse ao de cima verdades ocultas das profundezas da “máquina” financeira.